Já pensaste nas consequências!

17:30


A importância da coerência na educação” tem tudo a ver com a aprendizagem das consequências. "A criança vai treinando e experimentando, adquirindo uma aprendizagem que se baseia nesse conhecimento de causa-efeito”, que é feito através da aprendizagem do conceito de consequência. Eu tenho um comportamento A (causa), logo a consequência será B (efeito). Ou seja, se a criança se comporta de determinada forma, ela sabe que receberá uma determinada resposta em consequência desse comportamento.

Se protegermos as crianças dessa consequência, ou agirmos de formas diferentes perante um mesmo comportamento, iremos estar a distorcer o conceito de causa – efeito, o que irá resultar com certeza em crianças pouco responsáveis, confusas e com uma atitude de “tirar a água do capote” empurrando as culpas dos seus atos para terceiros. Quantas vezes ouve o seu filho dizer “a culpa não foi minha, foi a Vitória que fez… foi a mana que deixou o brinquedo no meio do chão…”, e nem a Vitória nem a mana estavam lá naquele momento. 

Vou partilhar um segredo contigo? Quando os teus filhos experimentam as consequências dos seus próprios comportamentos, eles vão assumindo as suas responsabilidades, ainda que tal aconteça de forma gradual. Simultaneamente vais estar a motivar o teu filho no desenvolvimento do seu auto-controle.


Existem dois tipos de consequências: naturais e lógicas. As consequências naturais estão directamente ligadas ao comportamento da criança. São situações que acontecem com todos nós. Se a criança parte o lápis de cera, fica com um mais pequeno para pintar; se adormece no sofá mesmo antes de jantar, provavelmente irá para a cama sem comer; se deixou o brinquedo preferido na escola irá ter dificuldade em adormecer à noite, ou irá sentir-se triste e perdida pela falta do boneco preferido. São situações que acontecem naturalmente, e são uma boa fonte de aprendizagem comportamental para a criança. Obviamente não estão aqui incluídas situações que possam colocar em risco a saúde física ou mental da criança. Menciono situações naturais, lógicas e orientadas para a positividade que um comportamento causa-efeito podem ter na aprendizagem e crescimento da criança. Por exemplo, se deixares cair uma faca afiada num pé e te cortares num dedo, que tenhas de ir ao hospital levar pontos, já não será uma consequência propriamente positiva. … Penso que percebes a ideia!


Se esta consequência natural for de alguma forma perigosa ou degradante para o desenvolvimento do teu filho, enquanto pai deves pensar num comportamento alternativo para aplicar, o que irá resulta numa consequência lógica. Estas consequências que são “fabricadas” podem ser boas ou más, e quando aplicadas com sabedoria podem ensinar um comportamento positivo à criança. Dou-te um exemplo que aconteceu comigo esta semana. Um dia ao final da tarde depois da escola, a minha filha mais nova chegou a casa com o seu casaco de pelo coberto de pequenas folhas quebradas, parecia que tinha andado toda a tarde a rebolar num amontoado de folhas de outono. Consequência: teve de tirar as folhas à mão, tarefa bastante complicada já que o casaco impregnado de folhas, tarefa que lhe custou à vontade mais de meia hora. Resultado: de futuro provavelmente vai ter mais cuidado e pensar duas vezes antes de se dar um banho de folhas de outono! Mas outras consequências, como bater ou gritar, ou executar a tarefa/consequência por eles com certeza não produz resultados tão positivos.

Quando as consequências são saudáveis e aplicadas com sabedoria e coerência, a criança gradualmente torna-se responsável pelo seu comportamento e pelas suas escolhas.

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